Para CNI e BNDES, indústria 4.0 deve ser prioridade na agenda nacional

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) participou, em 12 de março, do Seminário Inovação no Brasil-Centro-Oeste, em Goiânia (Brasil). Organizado pelo jornal Folha de São Paulo, o evento teve como objetivo discutir os desafios para o desenvolvimento na região e abordar questões como o desenvolvimento da indústria 4.0 e a aplicação de inovação na administração pública. O seminário contou com a participação da diretora de inovação da CNI e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Gianna Sagazio; do coordenador de estudos e democracia no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Pedro Luiz Costa Cavalcante; e do superintendente de planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Mauricio Neves.
No seminário, Gianna Sagazio enfatizou que a capacidade de competição do Brasil no panorama internacional depende sobretudo da forma como o país promove a transformação industrial em cada setor da economia. Para ela, a indústria 4.0 é a mais recente revolução industrial e abre uma janela inimaginável de oportunidades para novos negócios e solução de antigos problemas – como acesso à saúde, cidades inteligentes, mobilidade urbana e geração de energia a partir de novas fontes. Além disso, Sagazio ressaltou que a principal diferença em relação às outras revoluções industriais é a velocidade das transformações produzidas pela digitalização da economia.
De acordo com uma pesquisa feita em 2016 pela CNI, 42% das indústrias brasileiras desconhecem a importância de tecnologias digitais para a competitividade. A mesma pesquisa mostrou que 52% dessas empresas não utilizavam nenhuma das tecnologias que foram citadas para o levantamento da informação naquele ano.
Diante desse cenário, o superintendente do BNDES, Mauricio Neves, destacou a necessidade de gestores públicos e privados com disposição para inserir a tecnologia na agenda de prioridades. Para ele, é preciso discutir uma agenda de desenvolvimento junto com um conjunto de políticas públicas adequadas para a promoção da indústria 4.0. Neves também defendeu que a existência de um sistema industrial forte é essencial para um verdadeiro desenvolvimento econômico e social. Informou ainda que o BNDES lançará um edital sobre parceiros no fomento à inovação.
Na mesma semana do seminário realizado em Goiânia, o governo brasileiro participou da edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial realizado em São Paulo – ocasião em que foi anunciado um conjunto de medidas com vistas a estimular a quarta revolução industrial e promover a modernização do parque industrial do país.
O conceito de indústria 4.0, que teve seu início a partir de um projeto de estratégias do governo alemão, foi utilizado pela primeira vez em 2011 e tem sido discutido em diferentes esferas de trabalho.
Reportagem ICTSD
Fontes consultadas:
CNI. Capacidade do Brasil competir no mercado mundial dependerá da migração para a indústria 4.0. (14/03/2018). Acesso em: 16/03/2018.
Folha de São Paulo. Fortalecimento da indústria 4.0 requer agenda de prioridades, afirma BNDES. (12/03/2018). Acesso em: 16/03/2018.